Ontem ela fez algo que não fazia a muito tempo. Entrou em uma igreja para rezar. Para rezar não, pois ela não sabia rezar. Ela entrou para conversar. Não que não existisse ninguem com quem ela poderia se abrir, mas ela não queria o julgamento de ninguem, queria apenas se abrir.
Se despiu de tudo, se despiu da culpa, da insegurança, da mentira, da injustiça. Tirou pra fora a magoa, a tristeza, a melancolia.
Agradeceu, agradeceu por ainda estar viva e não ter feito nenhuma burrada. Não ter feito nenhum mal a ela própria ou a terceiros.
E pediu... Não pediu para que a outra voltasse, pediu para que se não fosse para ser, que Ele tirasse de dentro dela. Tirasse a vontade de estar com ela, tirasse o sorriso e os olhos de ressaca. Tirasse o cheiro dela do seu corpo, tirasse o som doce de sua voz, tirasse a vontade de faze-la feliz.
Pediu também para que a tristeza não tirasse dela os momentos bons, os momentos em que foi feliz ao lado daquela que fez seus próprios olhos brilharem.
Pediu para que não sentisse saudade.... Pediu apenas que ela se tornasse uma lembrança boa. 

terça-feira, 17 de julho de 2012 às 14:55

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