Ontem ela
fez algo que não fazia a muito tempo. Entrou em uma igreja para rezar. Para rezar
não, pois ela não sabia rezar. Ela entrou para conversar. Não que não existisse
ninguem com quem ela poderia se abrir, mas ela não queria o julgamento de
ninguem, queria apenas se abrir.
Se despiu
de tudo, se despiu da culpa, da insegurança, da mentira, da injustiça. Tirou
pra fora a magoa, a tristeza, a melancolia.
Agradeceu,
agradeceu por ainda estar viva e não ter feito nenhuma burrada. Não ter feito
nenhum mal a ela própria ou a terceiros.
E pediu...
Não pediu para que a outra voltasse, pediu para que se não fosse para ser, que
Ele tirasse de dentro dela. Tirasse a vontade de estar com ela, tirasse o
sorriso e os olhos de ressaca. Tirasse o cheiro dela do seu corpo, tirasse o
som doce de sua voz, tirasse a vontade de faze-la feliz.
Pediu
também para que a tristeza não tirasse dela os momentos bons, os momentos em
que foi feliz ao lado daquela que fez seus próprios olhos brilharem.
Pediu para
que não sentisse saudade.... Pediu apenas que ela se tornasse uma lembrança
boa.
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