Sobre olhares e vozes.



Os olhares me fascinam, me encantam, neles cabem inúmeras coisas, expressões, mistérios, enigmas, conclusões, acolhimentos, desilusões. Amores, amizades, saudades, alegrias.... São os olhares que me fazem chegar perto, me fazem querer conhecer, que fazem eu me aproximar.
Mas na realidade o que me faz permanecer é a voz.... a voz me domina, me faz perder o chão, o rumo, o equilíbrio. Uma bela voz me tira do prumo, acabo sempre me perdendo em meio a notas vocais, sonho....
Dizem que grandes amores nascem de olhares. Eu discordo! Acredito que grandes amores nascem de grandes conversas, de falas, de tons, de timbres. Cada vez que ouço Gal, Bethania, Tom, Vinicios, Roberto, me apaixono. Não só pelas musicas, mas pela voz. Sim, já me apaixonei por vozes, e não apenas uma vez, mas algumas vezes. E por trás das vozes que eu ouvia existiam grandes pessoas que passaram ou ainda estão na minha vida. Elas e suas fantásticas vozes. Algumas vozes vira e mexe voltam a minha memoria, me fazem lembrar e sorrir, lembrar e chorar ou apenas lembrar.
A voz acolhe, acalma, relaxa. A voz briga, grita, escandaliza. A voz acelera o coração e tranquiliza a alma. Vozes roucas, sensuais, infernais, vozes com personalidade, com encanto, vivacidade. Descontraídas, loucas e atrevidas. Vozes que brincam comigo, me levam ao delírio, me deixam em perigo.
Afinal tenho que estar com pessoas que ajudem a conduzir-me não apenas no claro, mas também no escuro.

segunda-feira, 24 de maio de 2010 às 20:57 , 1 Comment

Bandas de lá....


É.... estou de malas prontas, me preparando pra um fim se semana com pessoas maravilhosas.
Mas o que preciso realmente, a Mariana Aydar descreveu perfeitamente nessa musica:



Bandas de lá


Eu vou abandonar
Deixo o mundo velho por aqui
Não quero mais viver correndo assim
Sem tempo pra viver

Vi que é melhor
Calar que falar
Mas é cada uma que eu tenho que escutar
No momento eu não estou
Mas deixe o nome após o sinal

Que eu to pras bandas de lá
Fui viajar pra ver o Sol morrendo no mar
Que eu to pras bandas de lá
Fui viajar pra ver o Sol morrendo no mar

Não tenho pressa,
Nem me interessa quanto tempo vou levar
Não vou me permitir
Fingir que tô legal sem tar

Quanto à social
É tanta ambição
Pra conseguir o que se quer

Perder, ganhar, isso não me vale
Prefiro mil vezes
Ir pras bandas de lá
Fui viajar pra ver o Sol morrendo no mar

Que eu tô pras bandas de lá
Fui viajar pra ver o Sol morrendo no mar
Eu tô pras bandas de lá
Fui viajar pra ver o Sol morrendo no mar
Ninguém vai me encontrar
Fui viajar e desliguei meu celular.

sexta-feira, 21 de maio de 2010 às 15:16 , 0 Comments

Ventos do acaso



Quando o coração é levado pelo vento do acaso, a ponto de se encontrar com raios no céu chuvoso, ele é rasgado e se divide em pedaços.

Olhamos e vemos os pedaços do coração descendo em nuvens de desapontamento, sem muito a dizer ou ser.
Tentamos juntar os pedaços que não reconhecemos como antes.
Hoje olhamos, vemos pedaços triturados. Aquele não existe mais, agora estão rachados e trincados.
A vida é assim, se divide em passado, presente e futuro.
O coração também. Ora inteiro, ora rasgado, trincado, moído, disperso; um dia focado, hoje não mais. O que nos resta é tentar não desesperar.
Nós somos assim; vivemos pegando pedaços, letras, sobras e tentamos colar, consertar, montar palavras, que quando muito, dão remendos mal feitos ou algumas frases pobres e insignificantes.
Somos iguais aos nossos pais?
Somos parecidos com nossos antepassados?
Mas se afinal não conseguimos parecer com ninguém, porque somos únicos, queremos ser alguém!
Ou apenas encontrar significado em nossas escolhas ou no abandono delas.
Acredito que, na verdade, só queremos amar! Mas fazemos do amor um mecanismo complexo, que muitas vezes entornamos como leite derramado, onde não há retorno.
Tentamos! E penso que não vamos parar de tentar! Não gostamos do que vemos, mas pegamos o pano e passamos no chão da vida. O leite perdido, seiva na rota errada, esvaiu-se para sempre.
Não há colagem, nem conserto, nem remendo para algumas coisas na vida.
O coração persegue esta estrada, mas tenha sempre em mente, que não existe coração que não seja dividido ou machucado.
Coração é assim: uma parte bate, outra sente, outra chora. Um lado fica e outro diz que vai embora.
Somos assim e vamos viver assim.
Sergio Paschoal

terça-feira, 18 de maio de 2010 às 09:33 , 0 Comments

Maio

Eu preciso de alguém
sem o qual eu passe mal
sem o qual eu não seja ninguém
eu preciso de alguém.

segunda-feira, 17 de maio de 2010 às 13:15 , 1 Comment

Prazer em sofrer.....



Sim o Prazer e o Sofrer, são dois estados da alma que moram praticamente lado a lado dentro de mim. Eles são geniosos, brigam o tempo todo, discutem, gritam.... Quem sempre sai com arranhões sou eu.
Agora pergunto, será loucura sentir um misterioso prazer em sofrer? Sim confesso, tenho um certo prazer em sofrer, não o sofrer da carne, mas sim o sofrer da alma. Falo do sofrimento manso, que não agoniza, que não conhece urgências. Dores de saudades já conformadas, sonhos que já nasceram sentenciados a morrer jovem, dores de adiamento ou adiantamento, dores do meu eu, dores existenciais, dores de ausências consentidas.
Será que posso chamar isso de prazer? Acho que sim, afinal esses sofrimentos fazem parte de mim, é como se nesse “prazer” estivesse as resposta pra um vazio e um reconfortante sentido que não sei bem de onde vem, mais vem !
Conversando um dia desses com uma grande amiga, perguntei se é só comigo que isso acontece ou é normal do ser humano sentir prazer no sofrimento, ela me respondeu o seguinte:
-Não fique preocupada, todos os humanos ou grande parte deles sentem sim esse certo “prazer” mas muitos não sabem definir. As pessoas não sabem que nostalgia, saudade, amor, são também formas de sofrer.
Foi ai que percebi que não sou louca, que cada vez que lembro de um sonho não realizado, penso em alguem que está longe ou reflito na vida, tudo fica mais próximo de mim, mais real. E isso sim me proporciona um grande prazer !!!

quinta-feira, 13 de maio de 2010 às 21:46 , 0 Comments

Lembra de mim!



Lembra de mim!
Dos beijos que escrevi
Nos muros a giz
Os mais bonitos
Continuam por lá
Documentando
Que alguém foi feliz...

Lembra de mim!
Nós dois nas ruas
Provocando os casais
Amando mais
Do que o amor é capaz
Perto daqui
Há tempos atrás...

Lembra de mim!
A gente sempre
Se casava ao luar
Depois jogava
Os nossos corpos no mar
Tão naufragados
E exaustos de amar...

Lembra de mim!
Se existe um pouco
De prazer em sofrer
Querer te ver
Talvez eu fosse capaz
Perto daqui
Ou tarde demais...

Lembra de mim!...

quarta-feira, 5 de maio de 2010 às 08:30 , 0 Comments