Que eu faça fantasia mesmo acordada.
Por mais que a confusão tome conta de mim, ultimamente ando tendo muita fé. Ando prestando atenção em todos os papos, furados ou não. Ando escrevendo sobre paixões e tomando sorvete de flocos sem motivo. Ando observando todo tipo de gente e volto pra casa querendo ser cada uma delas.
Corro distancias sem me deixar doer, finjo não ser romântica de um jeito leve, bem lento pra tentar ser entendida de primeira, mas sempre acabo me confundindo. Voltei a ouvir bossa, um jeito de remoer a saudade e dividir a minha cama.
Dos meus olhos brotam esperança, lembro das viagens com meu pai, do primeiro dia de aula, dos olhinhos do menino de lá, do cheiro de café e biscoito de polvilho da casa da vó, da minha casa de arvore, o primeiro beijo, a primeira moça que veio morar dentro de mim, as madrugadas escrevendo e vários e vários amores a contra gotas.
Amo assim, baixinho, sem deixar trans-parecer, sempre foi assim. Assim é mais fácil. Não quero criar tendencias, as coisas são bonitas assim, na poesia.
Saio da cama, acendo um cigarro, sento na janela tentando meditar. Fico natural assim, sonhando. Que tipo de gente eu sou? Não sou, sou agora, e logo deixo de. Normalmente sou impulsiva, é que não sei me moldar em coisas pequenas.
Pego o telefone, disco o numero, vontade de ouvir aquelas palavras doces que seriam só minhas, só minhas ? Desligo, surpresa nenhuma. Não vou jogar fora palavras desconexas a meu bel-prazer.
Sou assim, a vida me fez assim, não gosto sempre... a maioria das vezes nem gosto. Mas tenho um coração e o sigo, assim, aos trancos e barrancos, caindo. Cada um sabe as dores e as delicias de ser o que é. Continuo, eu gosto de ir, vou com a musica, as palavras e o vento. E continuo acreditando que amanha vai sair sol.